O papel do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
Última atualização em 03 março 2023 às 15h51
Nylson Reis Boiteux
Coronel reformado do Exército – Articulista e colaborador do CCOMSEx em temas históricos
No dia 8 de maio de 1945, sucedeu à vitória da liberdade, da democracia e da justiça, ao terminar a Segunda Guerra Mundial, um dos acontecimentos mais dolorosos da história da humanidade.
Em janeiro de 1942, em Washington, 25 nações assinaram “A Declaração das Nações Unidas”, que continha o compromisso dos participantes de sustentarem a guerra até a capitulação final do “Eixo”: Alemanha, Itália e Japão. O Brasil, que inicialmente apenas declarara sua solidariedade aos Estados Unidos, em 28 de janeiro de 1942, rompeu relações diplomáticas e comerciais com os países totalitários. Fiel à sua tradicional política de amizade com os americanos e atendendo aos compromissos internacionais, o Brasil concordou em empreender todos os auxílios julgados necessários, como a cessão de bases aéreas e marítimas no Norte e no Nordeste do país.
A represália se fez sentir logo em seguida. Numerosos navios mercantes brasileiros foram afundados em águas de domínio marítimo brasileiro por submarinos alemães. Em consequência, foi reconhecido o estado de “beligerância” em defesa da nossa dignidade, da nossa soberania, da nossa segurança e da América. Quando foi resolvida a participação do Brasil na guerra, ficou também estabelecido que a contribuição a ser prestada seria o envio de uma Força Expedicionária, cuja constituição seria, oportunamente, acertada (FEB).
A ida das tropas brasileiras ao teatro de operações da Europa teve um significado histórico especial, pois foi a primeira vez que brasileiros saíram para combater fora do nosso continente e tomar parte efetiva numa guerra mundial, ao lado dos americanos e de outros Aliados, contra um inimigo potente, cuja belicosidade havia subjugado quase toda a Europa Continental. Além disso, cabe destacar a participação singular de tropas latino-americanas no conflito, ou melhor, os soldados brasileiros foram realmente os únicos que lutaram contra o nazismo em toda a América Latina.
Foi nos campos de batalha da Itália que o soldado brasileiro demonstrou toda a fibra de que é possuidor, e a prova dessa afirmação são as palavras elogiosas do General Americano Crittemberger, Comandante do IV Corpo de Exército dos Estados Unidos na Itália, ao qual a FEB estava diretamente subordinada. Vejamos o que ele disse sobre a FEB após o término da campanha: “Estou orgulhoso de ter tido a 1ª Divisão de Infantaria da FEB como parte do IV Corpo na Itália. Os feitos da FEB durante a campanha terão um lugar proeminente quando for escrita a história da Segunda Guerra”.
Para os heróis que não regressaram e que dormem o sono tranquilo dos bravos, o reconhecimento e a profunda admiração daqueles que amam as virtudes, repetindo os versos sensíveis do imortal Camões:
“Cá durará de ti perpetuamente.
A fama, a glória, o nome e a saudade”.
Fonte: Rhoussania Lane de Souza Carvalho, Junta de Serviço Militar – Sargento Lázzari Comandante TG 11/012 – Revista Verde Oliva (Centro de Comunicação Social do Exército.